Saúde e Bem-estar

Sífilis congênita: saiba mais sobre o diagnóstico e o tratamento

Atualizado em: 10/05/23 | Ginecologia

Sífilis congênita: saiba mais sobre o diagnóstico e o tratamento

Em 2022, de acordo com o último boletim epidemiológico emitido pelo Ministério da Saúde, foram notificados 27.019 casos de sífilis congênita. Isso representa uma incidência de 9,9 casos da doença — a qual pode provocar sequelas graves ou mesmo levar à óbito — para cada mil nascidos vivos.

A boa notícia é que, para evitar a infecção do bebê, basta fazer o diagnóstico e o tratamento adequado durante a gestação. Dessa forma, as chances de cura são de quase 100%. Continue a leitura e saiba mais!

O que é a sífilis congênita?

A sífilis congênita é uma infecção de múltiplos sistemas transmitida ao feto através da placenta. Ela ocorre quando a gestante contraiu e não tratou a sífilis ou a tratou de maneira inadequada (dosagem e/ou tempo incorreto).

Para prevenir o problema, recomenda-se fazer o teste para a detecção da doença em diversos momentos da gestação, tais como:

  • no primeiro trimestre;
  • no terceiro trimestre;
  • após situações de exposição de risco;
  • Grávidas que não foram testadas ou tiveram um natimorto após 20 semanas de gestação: testar no parto;

Quando a sífilis é detectada, tanto a mulher como o parceiro devem seguir o esquema terapêutico corretamente. Ao mesmo tempo, recomenda-se usar preservativos nas relações sexuais, para evitar eventuais reinfecções.

Como evitar a transmissão vertical da sífilis?

A única maneira de evitar a transmissão vertical da sífilis é com a administração de penicilina, a qual atravessa a placenta e trata o feto dentro do útero. Considera-se o tratamento adequado quando iniciado até 30 dias antes do parto e realizado com esquema terapêutico completo, de acordo com estágio da infecção.

No caso de gestantes alérgicas à penicilina, elas devem ser hospitalizadas e dessensibilizadas. Dessa forma, podem recebê-la com segurança.

Quais são os sinais da sífilis congênita?

A maioria dos bebês com sífilis congênita não apresenta indícios da doença ao nascimento. Muitas vezes, as manifestações clínicas surgem por volta de três meses ou até dois anos de vida.

Os primeiros sinais são lesões de pele, como erupções cutâneas planas e bolhas, principalmente, nas solas dos pés e palmas das mãos. O crescimento e o desenvolvimento dos ossos também são prejudicados.

Como é o diagnóstico da doença?

A investigação da sífilis congênita deve ser feita, cuidadosamente, no momento do parto, mesmo no caso de mulheres que foram tratadas. Em recém-nascidos não-reagentes, mas com suspeita epidemiológica, recomenda-se repetir os testes sorológicos após o terceiro mês de vida, devido à possibilidade de positivação tardia. O objetivo é confirmar a inexistência da doença.

Para isso, além de considerar o histórico clínico-epidemiológico materno, realiza-se uma série de exames, tanto radiológicos como laboratoriais. Os principais são:

  • sorologias (VDRL e RPR);
  • exame do líquido cefalorraquidiano (LCR/líquor);
  • radiografia de ossos longos;
  • avaliações audiológica e oftalmológica.

Como a doença afeta a saúde do bebê?

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que aumenta o risco de abortamento espontâneo e parto prematuro. A sífilis congênita, por sua vez, ocorre por meio da disseminação hematogênica da bactéria Treponema pallidum na gestação. Ela pode provocar malformação fetal, surdez, cegueira, deficiência mental, alterações ósseas e levar a óbito ao nascimento.

Como é feito o tratamento da sífilis congênita?

A manifestação da sífilis congênita é classificada como precoce, quando ocorre até os dois anos, ou tardia, quando é diagnosticada após est a idade. Independentemente do momento, em caso de confirmação a criança fica internada e o tratamento é realizado com penicilina parenteral (administrada na veia) por 10 dias.

Em recém-nascidos, o seguimento é feito por meio de consultas ambulatoriais mensais (até seis meses) e, posteriormente, bimensais (até completarem um ano de vida). Nessas ocasiões, o médico solicitará os exames laboratoriais necessários, conforme o quadro individual.

Muitas vezes, recomenda-se, também, o acompanhamento multidisciplinar da criança. Para tanto, deve-se visitar o neurologista, o oftalmologista e/ou o neurologista a cada seis meses, até a criança completar dois anos.

Mas, como mostrado, a melhor estratégia é prevenir a ocorrência da sífilis congênita. Para isso, as gestantes devem ser testadas, rotineiramente, para a doença. Na imensa maioria dos casos, o tratamento adequado e oportuno, realizado até quatro semanas antes do parto, cura tanto a mulher quanto o bebê, evitando maiores complicações!

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Ginecologista, obstetra e diretor técnico do Espaço Binah - CRM/SC 13.883 | RQE: 9909

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