Laqueadura

Laqueadura

Após ter filhos, algumas pessoas podem passar a considerar a esterilização permanente em lugar dos métodos contraceptivos reversíveis, como o preservativo, a pílula ou o DIU, por exemplo. No caso das mulheres, essa decisão pode ser concretizada por meio da laqueadura.

O procedimento, que é capaz de interromper a comunicação entre o ovário e o útero, tem particularidades que merecem atenção antes de uma decisão. Nesta página, você pode saber detalhes sobre a laqueadura, em que situações é recomendada e como ela é realizada.

O que é a laqueadura?

A laqueadura, que também é chamada de ligadura de trompas, é uma cirurgia de esterilização definitiva. Isso quer dizer que, após passar pelo procedimento, a mulher não poderá mais engravidar, ainda que, em alguns casos, possa ser reversível.

De maneira geral, a cirurgia consiste em cortar, amarrar ou colocar um anel nas tubas uterinas. Assim, fica interrompida a comunicação entre o ovário e o útero, o que vai impedir que o espermatozoide chegue até o óvulo. É extremamente incomum engravidar após a ligadura tubária, embora não exista nenhum método que seja 100% eficaz. A taxa de gestação após a laqueadura é menor do que 1%.

Quando a laqueadura é recomendada?

A laqueadura é uma cirurgia de esterilização feminina incluída na Lei do Planejamento Familiar, sendo um direito de toda cidadã. Por meio dessa lei, toda mulher com mais de 25 anos — ou que tenha pelo menos dois filhos vivos e não deseja mais engravidar, pode optar por fazer a esterilização definitiva.

Há outra situação em que a laqueadura é indicada, esta por recomendação médica. O especialista pode orientar a realização do procedimento quando uma nova gravidez poderá trazer sérios riscos para a vida da mãe ou a do bebê, como ocorre em mulheres que tenham doenças cardíacas, pulmonares ou renais graves, problemas de incompatibilidade sanguínea, pressão arterial muito alta, ou diabetes grave, especialmente em mulheres que já tenham a prole formada.

Ainda que recomendada pelo ginecologista, a opção da esterilização permanente por meio da laqueadura é uma decisão que deve ser tomada pela mulher. Por isso, é fundamental uma relação de confiança e sinceridade entre ambos.

Quais são os tipos de laqueadura e como são realizadas?

Existem atualmente dois tipos de laqueadura: a abdominal e a vaginal. As ligaduras de trompas feitas por via abdominal são a minilaparotomia e a videolaparoscopia. Já as realizadas via vaginal são a colpotomia e histeroscopia. A seguir, descrevemos cada uma delas, resumidamente:

Minilaparotomia

Geralmente utilizada quando as mulheres desejam fazer o procedimento de contracepção permanente fora do período grávido-puerperal. A minilaparotomia requer anestesia geral, regional ou local. É feita por meio de uma pequena incisão abdominal (que pode ter entre 2,5 e 7,6 cm) por onde é realizada a remoção de uma parte de cada tuba uterina.

Em comparação com a laparoscopia, essa método causa mais dor e tem recuperação mais lenta, além de aumentar riscos de complicações, como sangramento ou infecção, por exemplo. Este é o método mais utilizado em locais com recursos limitados.

Pós parto imediato

Procedimento simples, realizado logo após o parto (salvaguardando o período inicial para garantir um melhor vínculo entre a mãe e o bebê). Realizada através de um pequeno corte dentro do umbigo, através do qual se tem fácil acesso às tropas.

Videolaparoscopia

Esta é a via mais utilizada para a realização do procedimento, que pode ocorrer a partir da sexta semana após o parto ou em qualquer momento fora do ciclo gravídico puerperal. A cirurgia é feita com pequenos orifícios feitos no abdômen da paciente, por onde há a inserção de uma pequena câmera, que permite ao médico uma visão ampliada e detalhada dos tecidos e órgãos da mulher. Com o auxílio de pinças, o trajeto das tubas até o útero é interrompido.

Trata-se de uma intervenção pouco invasiva, com baixo risco de infecção. A cicatriz é menor e a recuperação, mais rápida.

Histeroscopia

Neste caso, não há qualquer tipo de cortes. O médico acessa a região das trompas por meio do canal vaginal e bloqueia a passagem dos canais tubários por meio da colocação de micro anéis com molas. Com uma camada externa em liga de níquel e titânio, e uma camada interna de aço inoxidável e tereftalato de polietileno (PET), os anéis estimulam uma reação local que obstrui as trompas. Entretanto, os dispositivos utilizados para esse fim foram retirados de mercado pelos fabricantes, e essa não é mais um opção disponível.

Colpotomia

Também pouco invasivo, esse procedimento apresenta pouca perda de sangue e pouca dor na recuperação. A colpotomia é realizada por meio de um pequeno corte em torno do colo do útero — região chamada de fundo-de-saco posterior da vagina. Por essa incisão, o cirurgião tem acesso às trompas e faz a interrupção da passagem deste canal. Embora menos invasivo, esse procedimento pode ser tecnicamente desafiador, principalmente em pacientes com cirurgias prévias e é um método pouco utilizado.

O que é importante saber sobre a laqueadura?

  1. A laqueadura é um procedimento cirúrgico simples, que dura entre 30 minutos a 1 hora;
  2. Na maioria dos casos, é possível fazer a laqueadura após a cesárea, evitando uma nova cirurgia. Embora, essa não deva ser a indicação da cesárea!
  3. A laqueadura não altera o ciclo menstrual, nem causa alteração nos níveis hormonais femininos;
  4. Acredita-se que esse procedimento pode diminuir o risco de câncer de ovário;
  5. Apesar de ocorrer raramente, é possível que a ligadura falhe e a mulher engravide. A taxa é de 0,1 caso a cada 100 mulheres;
  6. O tempo de recuperação varia de acordo com a paciente.

O acompanhamento médico tanto para a tomada de decisão e quanto durante o processo de recuperação é fundamental e deve ser feito de forma individualizada. Por essa razão, é muito importante contar com um ginecologista que possa orientá-la em todos esses momentos.

Se você está em Florianópolis e busca por este profissional, agende um horário e venha nos conhecer. Estamos sempre prontos para te receber.

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