Saúde e Bem-estar

Como aliviar o enjoo na gravidez?

Atualizado em: 18/01/23 | Obstetrícia

Como aliviar o enjoo na gravidez?

enjoo na gravidez, acompanhado ou não de vômitos, é comum na gestação. O sintoma ocorre em 50% a 90% das mulheres nos primeiros meses, com duração e gravidade variadas. Mas, felizmente, algumas medidas simples, voltadas a mudanças na alimentação e no ambiente, ajudam a aliviar as incômodas náuseas!

Neste artigo, explicamos suas causas e como manejá-lo. Confira, também, os cuidados relacionados ao uso de medicação nesse período. Boa leitura!

Quando as náuseas começam e quando terminam?

As náuseas surgem por volta da quinta ou sexta semanas e tendem a desaparecer em torno da 16ª a 18ª semanas, sem a necessidade de tratamento. No entanto, entre 15 a 20% das mulheres continuam com o incômodo no terceiro trimestre. Entre elas, 5% relatam senti-lo até o parto.

Já a hiperêmese gravídica é bem menos frequente. Essa condição é caracterizada por vômitos graves, que levam à hipovolemia (diminuição do plasma sanguíneo) e perda de peso considerável. Nesses casos, há necessidade de tratamento medicamentoso, por vezes, com internação hospitalar.

Quais são as causas do sintoma típico do período?

As causas do enjoo na gravidez, que acomete a maioria das gestantes, ainda não estão claras. Estudos e teorias apontam na seguinte direção:

  • aumento dos níveis hormonais;
  • predisposição genética;
  • questões psicológicas.

Existem, ainda, os fatores de risco associados à sua ocorrência. Entre eles, destacam-se:

  • ter tido enjoos em gestações anteriores ou familiares de primeiro grau que apresentaram o problema;
  • histórico pessoal de problemas gastrointestinais (como refluxo, úlceras, entre outros);
  • histórico pessoal de enxaquecas menstruais;
  • uso prévio de pílulas anticoncepcionais;
  • estar grávida de gêmeos, trigêmeos ou múltiplos.

Como aliviar o conhecido enjoo na gravidez?

A forma correta de manejar do enjoo na gravidez deve levar em conta alguns fatores. Isso é feito pelo obstetra responsável, o qual considera:

  • a gravidade dos sintomas;
  • o impacto na saúde e qualidade de vida da mulher;
  • a segurança do tratamento, tanto para a gestante como para o feto.

A partir daí, há diversas abordagens possíveis. A seguir, mostramos como aliviar as náuseas, com ou sem vômitos.

Medidas conservadoras

As medidas conservadoras se referem às melhorias no estilo de vida, em especial, na dieta, com o intuito de evitar os chamados gatilhos. Para isso:

  • atente-se a quais alimentos são melhor tolerados e procure consumi-los (em geral, os preparos em temperatura ambiente são melhor aceitos do que os quentes);
  • evite ficar com o estômago vazio, comendo um pequeno lanche antes de sair da cama pela manhã (como torradas secas, se possível, acompanhadas de alguma proteína);
  • faça o mesmo antes de se levantar para ir ao banheiro durante à noite, ingerindo, por exemplo, alguns biscoitos;
  • coma lentamente e em pequenas quantidades, a cada uma ou duas horas, pois deixar o estômago excessivamente cheio também provoca náuseas;
  • tome líquidos 30 minutos antes ou depois dos lanches e refeições principais, dando preferência às bebidas frias, não muito geladas, claras e/ou gaseificadas (como água com gás ou chá de hortelã com gengibre) ou aos sucos naturais azedos;
  • use um canudinho, para ingerir os líquidos em pequenas quantidades;
  • chupe uma bala de hortelã ou escove os dentes, se sentir enjoo logo após se alimentar;
  • experimente ingerir alimentos à base de gengibre (balas, pirulitos, chás ou outras bebidas);
  • elimine o café e os alimentos condimentados, com odor forte e muito doces, ácidos ou gordurosos da dieta;
  • não deite sobre o lado esquerdo do corpo após comer, pois isso retarda o esvaziamento gástrico;
  • descanse pelo tempo necessário e evite mudanças bruscas de posição;
  • não permaneça em ambientes abafados, assim como locais com odores fortes (seja de perfume, comida, fumaça ou poluição), barulhos excessivos e excesso de estímulo visual (como luzes piscando);
  • tome as vitaminas indicadas no pré-natal antes de dormir, acompanhadas de um pequeno lanche, em vez de ingeri-las pela manhã.

Farmacoterapia

A farmacoterapia inicial para aliviar o enjoo na gravidez consiste na administração de piridoxina (vitamina B6). Caso não surta o efeito necessário, pode-se recomendar a combinação de doxilamina-piridoxina. A prescrição é feita individualmente.

Medicamentos que reduzem as náuseas e os vômitos também podem ser indicados. É o caso dos antieméticos, entre outros.

Quais são os cuidados quanto ao tratamento farmacológico?

O tratamento farmacológico materno deve, sempre, minimizar os efeitos fetais. Por isso, a gestante nunca deve se automedicar.

O correto é conversar com o obstetra sobre os enjoos e, caso as medidas conservadoras não estejam ajudando, verificar se o tratamento medicamentoso seria adequado. Também é importante informar o médico responsável sobre a ocorrência de sintomas concomitantes, tais como:

  • sinais de desidratação (como micção pouco frequente, urina escura e com odor forte, tontura ao se levantar);
  • incapacidade de se alimentar ou ingerir líquidos por mais de 12 horas
  • sentir cólicas, dor abdominal ou pélvica;
  • ocorrência de febre ou diarreia;
  • ter sentimentos de desesperança, devido à gravidade do quadro.

Nesses casos, o especialista pode solicitar exames complementares, para identificar uma possível causa. Os testes costumam incluir análises de sangue, de urina e ultrassom. Dessa forma, o enjoo na gravidez pode ser amenizado, deixando o momento mais agradável e melhorando o bem-estar e a qualidade de vida da mulher!

Ficou com alguma dúvida? Não se preocupe. Entre em contato, para que possamos ajudar!

Ginecologista, obstetra e diretor técnico do Espaço Binah - CRM/SC 13.883 | RQE: 9909

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